Itens de cosméticos e higiene pessoal são destaques nos resultados do segmento de embalagem

Mesmo com a expansão de 1,41% na produção física e o acréscimo de quase R$6 bilhões na receita total do segmento no País, desempenho do setor ficou aquém do esperado. Porém, diferentemente de outros setores, a classe de produtos a que pertence os itens de higiene e beleza segue crescendo e auxilia o setor de embalagens a encerrar o ano no azul


A Associação Brasileira de Embalagens divulgou hoje, 26 de fevereiro, o estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas e coordenado pelo economista Salomão Quadros, que traz os resultados obtidos pelo setor de embalagem em 2013 e traça um panorama geral das perspectivas para 2014.

Segundo a pesquisa, no ano passado, a produção física de embalagem obteve expansão de 1,41% em relação ao ano anterior. Dentre as classes de materiais que mais se destacaram em crescimento estão o vidro, que apresentou desenvolvimento de 9,31% e as metálicas, que bateram a marca dos 7,5%. As demais áreas do segmento que se dividem em papel, papelão e cartão; plástico e madeira obtiveram taxas negativas de -1,03%, -2.03% e -17,06%, respectivamente.

Apesar dos resultados negativos de diversos segmentos da indústria de embalagem, o nível de empregabilidade do setor se manteve estável, atingindo, no mês de dezembro de 2013, o número de 227.355 postos de trabalhos.

A receita gerada pela soma dos faturamentos dos fabricantes nacionais de embalagem em 2013 superaram, em quase R$6 bilhões a de 2012, saltando de R$ 46,7 bilhões para R$ 51,8 bilhões.

Mesmo que o segmento tenha encerrado 2013 no azul, o resultado é considerado fraco pelo mercado. Segundo o coordenador da pesquisa, algumas variáveis macroeconômicas tiveram papel importante na desaceleração do setor: uma delas foi a redução do consumo das famílias, que cresceu 2,5% ante os 3,1% vistos em 2012. No Brasil, o consumo familiar corresponde a 60% do PIUB, sendo assim um importante fator impulsionador da atividade industrial. Um segundo ponto crucial, que ajuda a entender o resultado do setor, foi a elevação cambial de cerca de 25% em dois anos, sendo que, 2013, foi responsável por 15% dessa desvalorização do real; reação direta ao anúncio de redução dos incentivos monetários nos Estados Unidos. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, esses dois anos de constantes valorizações do dólar encareceram os insumos industriais na ordem 7%.

Para 2014, a pesquisa da Fundação Getúlio Vargas aponta para um provável crescimento de 1,5% de produção física e uma hipótese alternativa de crescimento de 0,7%.

Além disso, o economista lembra que o setor não é diretamente sensível ao constante aumento das taxas de juros, e conta com a continuidade da expansão da massa salarial, mesmo que em um ritmo mais lento que em 2013.

A pesquisa também aponta a desvalorização do câmbio como um benefício que auxiliará na contenção da importação de bens de consumo, o que, consequentemente, abre espaço para a substituição pela produção interna.

 

Indústria Cosmética: Um cliente fiel

Dentre as principais indústrias usuárias de embalagem que fazem parte da amostra da pesquisa – alimentos; bebidas; fumo; vestuário e acessórios; calçados e artigos de couro; farmacêutica e perfurmaria, sabões, detergentes e produtos de limpeza – a classe que inclui os itens de beleza e higiene pessoal foi uma das que mais de destacou em termos de crescimento, saltou de 4,56 para 5,54%.

Quadros destacou que o forte desempenho que o mercado de perfumaria, cosméticos e itens de higiene pessoal tem apresentado ao longo dos anos no País, é uma das prováveis variáveis que beneficiaram a indústria de vidro a alcançar bons resultados em 2013.

“O mercado cosmético também está sujeito às oscilações, assim como os outros mercados, mas é o que tem se mostrado mais firme”, sublinhou o economista. Por essa característica, Quadros acredita que este pode funcionar como um mercado base, auxiliando nos momentos de flutuações: “Ele pode não ter um peso grande no setor de embalagem – assim como o de alimentos ou o de bebidas – mas se você já possui ali um comprador firme, então você já tem uma base. É dessa foram que esse mercado tem se firmado”.

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