Alocar a grande quantidade de produtos de higiene pessoal e beleza no espaço da farmácia sempre foi um dos maiores desafios do canal. Descubra como otimizar espaços na gôndola e conheça outras soluções que podem ser úteis para alocar mais produtos
Atualmente, a indústria de higiene e beleza trabalha a todo vapor,
investindo milhões de dólares em pesquisa de novos ativos, fórmulas e
produtos que atendam a consumidores cada vez mais exigentes, que
demandam produtos específicos para suas necessidades.
No meio dessa
relação entre indústria e consumidor estão os varejistas, que se
desdobram para colocar toda essa avalanche de novidades em um espaço
reduzido.
Não precisa ser especialista em varejo para notar que é
impossível alocar os produtos e lançamentos de todas as categorias em um
só espaço. Quando o assunto é deslocado para as farmácias então, a
questão é ainda mais problemática; pois, ao contrário do modelo de
Drugstore norte-americano que possui farmácias gigantescas, que oferecem
uma enorme gama de produtos, boa parte das drogarias brasileiras possui
um espaço reduzido para um número maior de marcas e produtos.
O
varejo farma brasileiro moderno, principalmente o de grandes redes, se
depara com esse panorama atualmente, e não mede esforços para estudar o
público que passa por cada ponto de venda, o que lhe permite traçar um
perfil do consumidor de cada farmácia e, a partir daí, escolher quais os
produtos que serão expostos e a quantidade de cada um. Antes de você
começar a pensar no layout de loja, você tem que fazer uma opção do que
você quer ser. Nisso, você tem que deixar algumas marcas e produtos de
lado, explica Solange Villanueva Renault, arquiteta e sócia do A6
escritório de arquitetura especializado em realizar projetos para o
varejo.
Gôndola: um problema antigo e constante
Todavia,
mesmo com essa seleção de marcas e produtos feita pelas redes, que
deriva de todo um estudo de público que passará por aquele ponto de
venda em específico, os varejistas ainda reclamam que as gôndolas não
dão conta da quantidade de produtos de higiene e beleza lançados pela
indústria.
Além disso, segundo as arquitetas Solange e Valéria
Casttro esta última, especializada em projetos de varejo em um
escritório que leva o seu nome diferentemente dos supermercados ou das
lojas de cosméticos mais populares, a verticalização de gôndolas no
canal farma é totalmente contraindicada, pois impede que os consumidores
consigam visualizar a loja, polui visualmente o ambiente, bloqueia a
visão de determinados produtos que estão acima do ponto de visão do
consumidor, além de dependendo do tamanho da gôndola dificultar o
acesso do cliente ao produto.
De acordo com as duas arquitetas, as
gôndolas centrais devem medir cerca de 1,40 m, pois este é o ponto de
visão do público feminino, grupo de pessoas que mais frequenta a área de
higiene e beleza da farmácia. Valéria ainda acrescenta que a gôndola
nessa altura estimula a compra por impulso, pois as consumidoras possuem
uma visão muito mais ampla e clara do que está exposto.
Outro ponto
citado pelas duas especialistas é a questão da circulação entre
gôndolas. Valéria revela que deve haver um distanciamento de, pelo
menos, 1,20 entre as gôndolas; esse espaço permite que os clientes
circulem livremente entre as duas prateleiras, assim como também impede
que os consumidores trombem uns com os outros enquanto realizam suas
compras ou circulam na loja; além disso, esse espaço entre gôndolas
também se enquadra nas normas estabelecidas para o deslocamento de
deficientes físicos.
Porém, para quem precisa de mais espaço, a
arquiteta da A6 dá uma dica preciosa: se possível, diminua o espaço
entre as prateleiras. Às vezes, se você ganha dois centímetros a mais
em cada prateleira, você consegue colocar uma a mais no mesmo espaço,
explica. Ela ainda completa dizendo que as prateleiras da loja não
precisam necessariamente estar alinhadas, o que facilita esse processo.
Pensando fora da gôndola
Entretanto,
o varejo também conta com uma série de outras ferramentas que podem
auxiliá-lo a expor mais produtos, ou trabalhar com outras categorias de
maneiras mais eficaz. As paredes, por exemplo, são um espaço bastante
utilizado pelo farma para expor produtos. Para Valéria Casttro, elas são
a joia da coroa do ponto de venda, seu espaço de exposição mais nobre,
pois além de comportar mais produtos, por ser um espaço mais alto; as
marcas também podem trabalhar sua comunicação de maneira mais eficaz.
Além
da utilização das paredes, Solange também lembra que o layout da
farmácia também pode ser pensado para otimizar o espaço dos caixas,
deixando assim locais mais livres para exposição de produtos.
A importância da experiência de compra
Qualquer
loja atualmente, seja do farma ou de qualquer outro canal, necessita
construir um cenário que proporcione ao consumidor uma agradável
experiência de compra. O que significa isso? Que o consumidor atual,
cercado de canais por todos os lados, é muito mais exigente em relação a
layout e ao atendimento do que há alguns anos atrás.
Sendo assim, o
varejo tem de se preocupar em montar uma loja visualmente agradável, e
que transmita ao consumidor uma ideia de profissionalização. Segundo as
especialistas consultadas essa sensação será despertada no consumidor
por meio de uma iluminação adequada no caso das farmácias que remeta à
saúde, bem-estar limpeza, sinalização, organização e até mesmo das
cores utilizadas para compor um ponto de venda.
Quem não segue essa
cartilha tende a ficar para trás em um mundo em que a cada dia que
passa, se depara com uma mídia nova que, conectada à internet funciona
como um canal de compra. A loja hoje deve ser muito agradável, até
mesmo porque hoje ela possui uma forte concorrente: a internet,
finaliza Valéria.