Um 2013 no azul para uma empresa cor-de-rosa

Mary Kay comemora o melhor ano da companhia no Brasil em convenção para suas consultoras de beleza. Empresa pretende investir ainda mais em terras tupiniquins. Fábricas, centro de distribuição e produtos específicos para a brasileira estão entre os investimentos para os próximos anos

Entre os dias 16 e 18 de janeiro quem chegava ao estacionamento do Transamérica Expo Center, em Santo Amaro, deparava-se com uma frota de carros cor-de-rosa de encher os olhos. Próximo a cada veículo sempre uma mulher impecavelmente vestida e maquiada. Ao entrar no complexo, as belas mulheres multiplicavam-se e espalhavam-se em espaço desenvolvido exclusivamente para elas, com o portfólio completo da Mary Kay, em exposição, dividido em skin care, fragrâncias, maquiagens – para experimentação – e sugestões de looks para as consultoras. Com decoração pensada nos mínimos detalhes, elas aproveitavam para tirar fotos, sorridentes e maquiadas, para postar em suas redes sociais. São mulheres que sabem o valor do bom relacionamento e da boa imagem para os negócios, mesmo que virtualmente. 
   
Na ampla sala que teve de ser readaptada para acomodar as 8.500 consultoras, diretoras de vendas e mulheres que tiveram suas histórias de vida mudadas pela Mary Kay davam seus depoimentos pessoais e incentivavam as vendedoras. O clima era de empolgação, as vendedoras riam e interagiam com as palestrantes, que falavam cheias de emoção em um palco multicolorido e todo iluminado.
  
O evento é anual e tem como objetivo principal reunir e reconhecer os esforços das consultoras de venda Mary Kay. Afinal, é o relacionamento de cada vendedora com sua rede de clientes que possibilitou o crescimento de 70% nas vendas da companhia em comparação a 2012. É por intermédio de cada uma das 230 mil consultoras nacionais que a empresa americana já chegou a 95% dos municípios brasileiros. E é investindo nelas que pretende crescer 50% em 2014, contrariando as previsões econômicas não tão otimistas para o ano.

Ano marcante

A convenção deste ano teve um gosto especial. 2013 foi o melhor ano para a companhia no Brasil. Além do vultoso crescimento, da comemoração de 50 anos de Mary Kay no mundo e de 15 anos no Brasil, a força de vendas – maior impulsionador de lucros na venda direta – cresceu mais de 50%, com mais de 500 ganhadoras do “Troféu sobre Rodas”.
   
A companhia sabe do valor imensurável de seu capital humano e não hesita em investir nele. Nesse sentido, a empresa investe no programa de reconhecimento de suas consultoras. Atualmente, mais de 500 são qualificadas para dirigir o carro cor-de-rosa no Brasil e mais de 300 mulheres ao redor do mundo receberam mais de um milhão de dólares em bonificações ao longo das cinco décadas da empresa. Para Rosana Bonazzi, diretora de Vendas, o ponto central para se explicar o crescimento da Mary Kay está no investimento na consultora. “A gente está muito preocupado que elas se sintam reconhecidas, ganhem dinheiro e cresçam dentro da carreira independente”, afirmou.
   
E falar em força de vendas na venda direta é falar, principalmente, em relacionamento, que precisa estar bem alinhavado entre companhia, revendedoras e clientes finais em um pacto de fidelidade que começa de cima. Por isso, quando o assunto é abertura de lojas da Mary Kay, Shana Peixoto, diretora de Marketing da marca, é categórica em dizer que não existe essa possibilidade. “Somos uma empresa de pessoas. Não vou competir com minha força de vendas, pelo contrário, vou investir para que ela tenha cada vez mais facilidade nas transações para agradar seu cliente. Somos fiéis ao nosso canal”, enfatizou.   
   
A companhia, que em 2012 teve um faturamento global de US$ 3 bilhões, percebe no Brasil um potencial de crescimento na venda direta ainda não explorado. Por isso, de olho no mercado em estabelecimento e segmentação, a Mary Kay Brasil promete para os próximos anos investimentos em infraestrutura em solo tupiniquim e em fragrâncias para atender ao 1º do mundo quando o assunto é perfumaria. “Entendemos que a brasileira tem um perfil de consumo muito diferente do resto do mundo, que escolhe não 'a' fragrância, mas 'as' fragrâncias que irá usar”, revelou Shana Peixoto. Por isso, a Mary Kay Brasil pretende criar um portfólio amplo de perfumes específicos para a brasileira para que ela escolha qual mulher quer ser naquele dia e com qual fragrância. No que diz respeito a investimentos no País, a companhia  planeja a construção de uma nova fábrica, cujo local ainda não está definido, um novo centro de distribuição e novas parcerias com empresas locais, já que parte da fabricação é feita no Brasil por esses parceiros.

Olhando para trás – 15 anos de Brasil

Ao relembrar dos 15 anos de Brasil e de todo o desenvolvimento da Mary Kay, o saldo é positivo. Shana Peixoto conta que demorou pouco tempo para que o portfólio completo da empresa chegasse ao País com sucesso. Rosana Bonazzi frisa a melhora nos sistemas da companhia, já que, hoje, as revendedoras fazem seus pedidos on-line e destaca ainda o aumento nos investimentos em reconhecimento das consultoras nos programas de premiação. 
   
A Mary Kay Brasil – que viu o mercado brasileiro deslanchar, especialmente nos últimos 5 anos – percebe também uma alteração no tipo de consultora que hoje é sua força de vendas. A geração Y, que já não vê muito sentido em ficar oito horas dentro de um escritório cumprindo ordens e horários; a mulher com formação acadêmica e carreira, com marido e filhos, que quer mais tempo para se dedicar à família; a dona de casa que precisa complementar a renda familiar; ou mesmo aquela que deseja apenas um rendimento extra, fazem parte das milhares consultoras da companhia.
   
Além da difusão “boca a boca”, outro ponto importante que entrou em pauta na Mary Kay Brasil nos últimos anos é a importância das blogueiras na divulgação de produtos de maquiagem. De acordo com a diretora de Marketing, trata-se de algo que tem impulsionado e que vai continuar impulsionando o crescimento da empresa nos próximos anos, já que o potencial da marca ainda não foi explorado em sua totalidade. Se levarmos em conta o poder de influência das mulheres da geração Y que produzem e consomem os tutoriais de maquiagem na web, este é um meio de publicidade que não pode ser desperdiçado. A Mary Kay afirma que não há pagamento para as blogueiras, mas que, sim, há o envio de todos os lançamentos para elas. Se usarem, gostarem e divulgarem, ponto para a Mary Kay; que acredita na publicidade espontânea oriunda da qualidade de seus produtos.

Para mulheres que sonham
   
Investimentos nas mídias tradicionais nunca foram foco da companhia. De novo, para a Mary Kay seus lucros precisam ser usados em benefício de quem os gera, suas consultoras. Mulheres que, segundo Shana Peixoto, são movidas a sonhos, como a diretora de Vendas nacional, Andrea Ponte Rocha, revendora da Mary Kay desde 2007 e com um time de mais de 400 consultoras. A fisioterapeuta conta que descobriu a Mary Kay quando teve seu primeiro filho e não conseguia mais seguir sua carreira em tempo integral, mas precisava do mesmo ganho econômico.
   
Andrea lembra ainda que tinha preconceito com a venda direta, e que por isso não acreditava que poderia ser uma opção de carreira já que havia escolhido sua profissão com o desejo de ajudar pessoas e, sendo assim, se dedicou muito em cinco pós-graduações. Sua visão mudou quando percebeu que, na medida em que cadastrava mulheres para serem consultoras em seu time, essas mudavam de vida. Ganhavam mais tempo para a família, melhoravam de condição social, recuperavam-se de depressão, reconquistavam sua autoestima.
   
Quando descobriu-se grávida de seu segundo filho, optou por abandonar de vez a carreira de fisioterapeuta e sua ascensão como diretora foi rápida. “Quando eu entendi que a minha missão de ajudar pessoas era a mesma da Mary Kay, tomei a decisão de ser uma líder dentro da empresa e me tornei diretora em três meses”, declarou Andrea.
   
Segundo a diretora, o que mais a impressionou foi a união entre as consultoras, independentemente da formação ou classe social de cada uma. Todas possuem os mesmos descontos nas compras de produtos e uma carreira que depende única e exclusivamente de seu esforço pessoal. Rosana Bonazzi corrobora com a opinião de Andrea ao afirmar que Mary Kay é para todas. Shana Peixoto também, mas com um “porém” que define a essência da companhia, “Mary Kay é para mulheres que sonham.”

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