Shiseido anuncia fim de testes em animais e se alinha às decisões europeias

A japonesa Shiseido anunciou na última sexta-feira, que deverá banir, a partir de abril deste ano, os testes em animais em toda a sua cadeia produtiva, isso quer dizer, desde os ativos e ingredientes até os produtos acabados.

A decisão tomada em uma reunião do conselho executivo da companhia, está alinhada com a recente determinação europeia (aprovada quatro dias depois da decisão da japonesa) de proibir a comercialização de cosméticos no continente que tenham sido testados em animais em qualquer parte de seu ciclo produtivo (ativos e ingredientes fornecidos por terceiros também entram nessa lista).  “A nova política, que começará a valer a partir de abril, se aplica a cadeia de produção da gigante japonesa com sede em Tóquio, incluindo seus fornecedores”, afirma a Shiseido em nota.

Porém, a nova política da Shiseido possui excessões: os testes ainda serão realizados quando não houver testes alternativos, caso a empresa necessite demostrar a segurança de algum produto que já está no mercado, e em países que exigem os testes para a venda dos produtos em seu território, como por exemplo, a China.

A companhia japonesa ainda informou que para assegurar a eficácia e a segurança de seus produtos daqui por diante, ela utitlizarár métodos como testes in vitro, informações e dados de experiências anteriores e voluntários humandos.


Os testes e a Diretiva Europeia

Não é de hoje que os europeus cutucam essa ferida aberta do mercado cosmético. Todos os anos, a indústria inunda o mercado com produtos com tecnologias cada vez mais avançadas, porém, apesar de todo o avanço tecnológico, esse segmento ainda não conseguiu encontrar uma solução definitiva para abolir de vez os testes em animais em toda a sua cadeia produtiva.

Cansados de esperar por uma resposta da indústria, a Diretiva Europeia resolveu fixar prazos para a indústria cosmética se adequar, mesmo que seja na marra. Em 2004, foi banida a comercialização de produtos cosméticos no continente que tivessem sido testados em animais, mesmo que tais experiências tivessem sido realizadas em outro país. Porém, a proibição de 2004 deixava de fora a parte da cadeia produtiva dos cosméticos que é realmente preocupante: os ingredientes, princípios-ativos e matérias-primas.

Esses ingredientes, geralmente fornecidos às grandes indústrias cosméticas de produtos acabados por empresas especializadas em desenvolvimento de ativos, são a chave da inovação desse mercado, que tem nas novas tecnologias sua base de crescimento. Os executivos do setor alegavam que a proibição dos testes levaria a uma desaceleração tecnológica do segmento.

Porém, não teve jeito. Em 2004, foi fixado um prazo de quatro anos para que as empresas, tanto as de produtos acabados quanto as de matérias-primas, substituíssem os testes em animais por testes alternativos.

O prazo expirou agora em março, e apesar do lobby da indústria e das tentativas de estender os prazos por mais algum tempo, os membros da Comissão Europeia aprovaram a proibição dos testes em animais em toda a cadeia dos cosméticos.

No caso da Shiseido, a Europa é um dos principais mercados da japonesa que é uma das principais marcas de maquiagem, skin care e fragrâncias de prestígio do mundo. Sendo assim, desde 2011 a companhia aboliu os testes em seus próprios laboratórios e agora estende a política a seus parceiros e fornecedores.

Porém, quando os ventos europeus devem soprar aqui no Brasil, ou pelo menos na América Latina? Não se sabe muito bem. O mercado europeu é o grande direcionador desse mercado, sendo que as resolução tomadas por lá, não tardam muito a chegar por aqui. Porém, em entrevista sobre o tema à revista Atualidade Cosmética em abril do ano passado,  Simone Fanan, diretora científica da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) contou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) age com cautela com relação a esse assunto. “A legislação brasileira na área cosmética segue estritamente as diretrizes europeias. Porém, com relação a esse ponto em específico, ela (a ANVISA) está sendo muito perspicaz, aguardando para ver os avanços que a Europa fará na busca por em métodos alternativos aos testes em animais”.

Leia mais em: http://www.cosmeticanews.com.br/busca.php?p=DEDO+NA+FERIDA
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