Na direção certa

As franquias continuam sendo excelente opção para quem quer ingressar ou ampliar sua participação no mercado de cosméticos, perfumaria e beleza. E o crescimento das vendas de beleza no canal está acima da própria média da indútria cosmética nacional.

Existe um ditado que diz Em time que está ganhando não se mexe. E, em síntese, é esse pressuposto que vem guiando a evolução do sistema de franquias no Brasil. Desde 2001, o número de pontos-de-venda franqueados cresce a olhos vistos: saltou de 51.000 para 71.954, segundo os dados da Associação Brasileira de Franching (ABF). A quantidade de empresas que atuam como franqueadoras no país também cresce a passos largos, passando de 1.197 em 2007para 1397 em 2008.

Esses bons resultados fazem pensar que, pelo menos até o momento, a crise não afetou o setor. As fontes da ABF divulgaram que, em 2008, o faturamento do canal atingiu a bagatela de R$ 55 bilhões, 19,5% a mais do que em 2007. Um crescimento maior do que o previsto pela própria entidade, que era de 17%. E o motivo, explica Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF: No Brasil, os setores mais afetados pela a crise – automóveis, bancos e construção civil – não são representativos no mercado de franquias.

Tanto otimismo, mesmo em tempos em que a maioria dos empreendedores tendem a por as barbas de molho tem fundamento. Nesse âmbito, realmente, os números são bastante eloquentes: somente no ano passado, cerca de 200 novas empresas entraram para o clube das franquias, gerando nada menos do que 648 mil novos postos de trabalhos diretos e 2.592 indiretos. Além disso, outro ponto incentivador foi a própria crise. Devido ao grande número de demitidos houve um aumento de interessados nesse segmento: Ao perder o emprego, muitos profissionais com algum capital disponível optam por abrir um negócio próprio. E, nesse momento, o modelo de franquias leva muitas vantagens, racionaliza Ricardo.

Entre os setores que mais se destacaram no canal aparecem o de acessórios pessoais e calçados (44,8%), os serviços relacionados a veículos (31,7%), vestuário (27,2%) e, é claro, os que contemplam redes de Beleza, Esporte, Saúde e Lazer, que apresentou 25,8% de crescimento, fechando o ano de 2008 com receitas de R$ 8,5 bilhões.

De vento em popa
E se o otimismo da entidade tem se revelado absolutamente contagiante, os bons resultados obtidos pelas empresas que já atuam no canal de franquias também têm servido de estímulo para muitos interessados em ingressar no negócio. Relatos de cases de sucesso encontram-se à larga, assim como notícias de que os investimentos não param no setor. É o caso, por exemplo, de Rosângela Mota, supervisora de expansão de franquias da Água de Cheiro: A Água de Cheiro está atenta à crise e enxerga nela uma oportunidade. Por isso, os planos de investimentos foram mantidos em 2009. O crescimento da empresa em 2007, em comparação com 2008, foi de 25%. E, acreditamos que essa média de crescimento continue a se realizar nos próximos anos. No ano passado, a Água de Cheiro abriu 25 lojas e até o fim deste ano pretende inaugurar mais 35, informa. A rede que tem base na cidade de Belo Horizonte é a terceira maior do país em número de lojas.

Quem também faz questão de registrar a boa fase vivida pelo sistema de franquias nos negócios de beleza, mesmo com a crise econômica comendo solta, é o gerente administrativo da Antídoto Cosméticos, Marcelo Sarpe: O setor de cosméticos tem saído muito bem em termos de resultados e será capaz de suportar esse delicado momento da crise sem ser tão prejudicado. Até o momento, a Antídoto não está sentindo os impactos da crise, pelo contrário, estamos mantendo uma média de crescimento de 30%. E o que mais quero fazer é continuar investindo no sistema e, é claro, obter resultados ainda melhores para a empresa e para nossos franqueados, que não estão assustados com a crise e se fortalecem com esse bom momento do canal de franquias, comemora.

A paranaense O Boticário, maior rede de franquias de beleza do mundo com 2660 lojas em 2008, fechou o ano de 2008 com vendas de R$ 1,044 bilhão, crescimento de 25% em relação a 2007. Já a rede de lojas (proprias e franqueadas), fechou o balanço do úmtimo ano com faturamento de R$ 2,8 bilhões, 20% maior que o de 2007. Para suportar tamanho crescimento, a empresa iniciou 2009 com um ousado plano de investimentos. Serão R$ 147 milhões em esforços de marketing, desenvolvimento de produtos e inovação, incluindo aí os R$ 54 milhões de patrocínio do programa dominical da Rede Globo Fantástico, maior montante injetado pela marca em publicidade em toda a história. Em outra frente, O Boticário deu ínicio ao projeto de expansão da sua infra-estrutura, com previsão de investimentos de R$ 170 milhões em quatro anos.Esses recursos serão aplicados na ampliação da fábrica da empresa, em São José dos Pinhais e também na construção de um novo centro de distribuição em Registro, no Vale do Ribeira, em São Paulo.
Sergio Barbi, diretor de expansão da ABF e do Boticário, é enfático em afirmar que os empreendedores e o País devem aproveitar as oportunidades abertas para o sistema de franquias, e que o momento certo é agora. Segundo ele, o segmento de Beleza, Esporte, Saúde e Lazer é o segundo mais expressivo em número de franquias no Brasil com mais de 12 mil unidades em operação e tem tido um crescimento acima do mercado, só perdendo para o de alimentos.

Outra constatação inquestionável que serve como incentivo aos interessados em ingressar nesse negócio é que volume de vendas de perfumes e cosméticos no Brasil cresceu 17% em 2008, no comparativo com 2007. E, no mesmo período, segundo a ABIHPEC, somente as franquias desse segmento aumentaram suas vendas em 28%, destaca Barbi, como bom vendedor do sistema. E dá-lhe mais estímulo: em número de unidades franqueadas, o segmento de Esporte, Saúde, Beleza e Lazer cresceu 15% no mesmo período, segundo a ABF, fortemente impulsionado pelo crescimento de empresas tradicionais do setor como O Boticário e a mineira L´Acqua di Fiori.

Fundada em 1980, a L´Acqua possui mais de 1110 lojas e é a segunda maior franqueadora do mercado de beleza no país, segundo o ranking geral da ABF. De acordo com o diretor de comunicação da empresa Carlos Mesquita, a empresa fechou 2008 com crescimento de 12%. Para 2009 o objetivo da empresa é abrir 50 novas lojas e crescer entre 12% e 15%.

Outra empresa que ajudou a alavancar o crescimento do canal, foi a paulista Mahogany. A tradicional marca de perfumaria, adotou o sistema de franquias no final de 2005. Com um portfólio de produtos altamente sofisticado, a Mahogany viu no franchising a possibilidade de oferecer aos consumidores os seus produtos em um ambiente adequado, com todo o suporte e atendimento necessário para a venda dos seus perfumes, hidratantes e sabonetes, o que a empresa não conseguia no varejo tradicional onde atuava desde 1991, quando foi criada. Tanto que a empresa está direcionando a marca Mahogany exclusivamente para o canal de franquias, ao mesmo passo em que está desenvolvendo a sua linha Kevin Nichols para a venda no varejo. Com 48 lojas e receitas de R$ 31 milhões em 2008, a Mahogany espera crescer 29% em 2009.

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