Mintel mostra diversas tendências na Big Conversation

Mintel mostra diversas tendências na Big Conversation
Já tradicional em diversos locais do mundo, a Big Conversation passou por São Paulo no mês de novembro. Realizada pela Mintel, o encontro tem como objetivo expor diversas tendências que são sustentadas conforme os diversos relatórios que são produzidos pela consultoria. Entre as apresentações, Naira Sato, especialista das categorias de Alimentação e Bebida, trouxe uma série de tendências e exemplos que são explorados nestas categorias.

Juliana Martins, especialista da Área de Beleza e Cuidados Pessoais da Mintel, tratou do mercado de beleza. Segundo ela, atualmente, existem quatro tendências neste mercado: “Why Buy”, “Green and Lean”, “Let’s Make a Deal” e “Survival Skills”. O “Why Buy” basicamente é uma oportunidade para criar ações e/ou produtos de compartilhamento, aluguel e troca entre os consumidores. Segundo Juliana, os relatórios da consultoria têm mostrado que os consumidores estão buscando embalagens maiores, como se fosse uma ideia de que eles estão indo menos aos canais de compra.

Ela citou o exemplo de sabonete líquido (foto abaixo) lançado nos Estados Unidos no final do ano passado, que vem com com um sabão líquido e só é preciso acrescentar água até a marca indicada, depois misturar, para ter um sabonete líquido em grande quantidade. Depois só é preciso comprar o refil.  “Os consumidores estão tendo esta vontade de ir menos aos pontos de venda e comprando estes packs maiores. Isso é comprovado pelo dado de que 27% dos brasileiros disseram ter comprado menos produtos de beleza e cuidados pessoais nos últimos 12 meses. Eles estão buscando economizar. Não estão deixando de comprar, mas estão procurando preços mais acessíveis”, disse.

Ainda sobre esta tendência, a especialista citou exemplos como o do site brasileiro “Tem Açúcar”; o “Back to MAC” – programa de reciclagem de embalagens existente nas lojas; e o programa da marca americana Lacquerous. “As marcas premiuns estão perdendo um pouco de espaço neste momento, já que a consumidora está buscando produtos acessíveis, promoções, cartões de fidelidade, etc. Então, esta é uma tentativa das marcas premiuns de fidelizar o consumidor e transformar isso em vendas depois”, emendou Juliana.

Na tendência “Green and Lean”, há uma oportunidade para as marcas repensarem os materiais utilizados nos produtos e recompensarem as suas ações sustentáveis. “Os consumidores estão buscando produtos mais sustentáveis e estão exigindo isso das marcas”, explicou ela, mencionando alguns exemplos de produtos.

Em “Let’s Make a Deal”, existe a oportunidade para fazer do consumidor o ator principal do processo de compra, criando novas e agradáveis experiências sensoriais. Nesta tendência, de acordo com a profissional, mostra que os consumidores estão buscando descontos, promoções e pechinchas. Além de ilustrar com diversos dados que comprovam isso, ela citou o trabalho da Sephora com amostras; o programa de reciclar e restaurar itens de maquiagem feita pela Gamblot nos Estados Unidos; e a ação da Simple em Londres. “No Brasil, temos os shopping e podemos aproveitar estes espaços e fazer quiosques para interagir com o consumidor, para ele sentir que está em contato com a marca, pois isso fortalece-a e fideliza-a”, completou. 

Para finalizar, a tendência “Survival Skills” mostra que há a oportunidade de a marca levar seus produtos diretamente para a casa dos consumidores, fazendo com que sejam auto suficientes porém dependentes dos seus produtos. Juliana apresentou dados de coloração, citou a tendência da salonização, que é muito forte no Brasil, e revelou alguns exemplos de cases que se encaixam nesta tendência. Entre elas, está um produto chamado Teardrop, da empresa italiana DIY, que permite que os consumidores façam os seus próprios cosméticos por meio de um processo natural e ingredientes à base de plantas. Também mencionou a máquina (foto acima) desenvolvida pela Romy, de Paris, que faz alusão às máquinas de café existentes hoje em dia. “Os consumidores compram a máquina e as cápsulas. Cada cápsula vem com um ativo diferente para fazer um creme ou um sérum”, considerou a especialista.

Confira um bate-papo com Juliana Martins:
O Survival Skills é uma alternativa interessante aos ativos naturais e orgânicos? Pois parece um retorno ao tradicional...
Esta tendência visa recuperar habilidades perdidas para que o consumidor volte a realizar essas atividades que hoje, com a internet, acabaram perdendo-se algumas dessas habilidades do passado. É como a Tear Drop, que vem com as plantas e ingredientes orgânicos para você fazer os seus próprios extratos cosméticos. Nossos relatórios mostram que os consumidores estão buscando ingredientes naturais nos cosméticos.

É possível apontar uma categoria que se destaca mais dentro dessas tendências apresentadas?
Por exemplo, no “Why Buy”, seria uma ótima solução para estas categorias de luxo, premiuns, e acho que podemos compartilhar isso em qualquer categoria, como shampoo, sabonete, condicionador, etc. Se você pensa na família ou até se você tem um hotel, onde se recebe famílias, por que não deixar nos banheiros estes produtos? Hoje, em hotéis mais luxuosos, você encontra L'Occitane, O Boticário. Para as marcas é importante estarem em hotéis. Então, elas levam seus produtos para casa, mas por que não estarem em hotéis ou restaurantes, tendo sua marca lá e economizando com produtos maiores. Então, acho que em categoria podemos imaginar o “Why Buy”.

Na sua opinião, temos capacidade intelectiva e técnica para traduzir tendência em negócios?
Acredito que a ideia seja entender o consumidor final, pois em um negócio ele é o cliente. É preciso ter uma ideia do que está acontecendo e pensar no futuro, sobre o que eles estão esperando como tendência.

E você acha que a gente sabe ler tendências?
Acho que com criatividade sim.

Se você tivesse de dar um conselho a um empreendedor, qual seria a respeito da importância de se ler uma tendência diante de uma crise?
O ideal é, primeiro, investir em publicidade, isso não tem como escapar. E também 'abrir a cabeça', quando vem uma ideia genial no mercado de beleza e cuidados pessoais, mas o seu setor é de roupas, você pode levar isso para o seu setor. É como vimos da máquina da Romy, de Paris, que é como se fosse uma máquina da Nespresso com cápsulas, mas você produz um cosmético ao invés de fazer o seu café. Então, é preciso ter criatividade e uma base de uma empresa de publicidade lhe ajudando para você criar aquela ideia genial para conquistar o consumidor.  
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