Embalando expectativas

Executivos de quatro empresas do setor de embalagem apontam como esperam que seja o ano de 2013 e fazem projeções para o segmento de cosméticos
 
 
 
O ano de 2013 já corre solto. E a expectativa por uma excelente temporada cresce entre os empresários de todos os segmentos do mercado. No de embalagens não é diferente, com os fornecedores alimentando esperanças e efetivamente agindo para que seus negócios atinjam resultados ainda mais positivos este ano. Para alguns fornecedores que atuam no setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, 2012 não foi um ano de grandes comemorações. Mesmo assim, os investimentos em seus negócios e em inovação não pararam. Além disso, por mais que os executivos divirjam em alguns pontos, eles entram em consenso em dois deles: é preciso se mexer para evoluir e, ainda, investindo no entendimento dos desejos dos consumidores sempre, pois estes estão em constante processo de mutação.

Acerca das expectativas para 2013, a revista Packing Cosmética ouviu a opinião de Mauricio Carini, Latam Beauty Market Development Manager da Aptar; Bruno Baptista, diretor Comercial da Antilhas; Ticiana Baumgarten Vieira, diretora de Marketing da CartonDruck e Attila Almásy, gerente da Aercamp. Todos eles, em seus respectivos segmentos, fizeram uma leitura do atual momento dos mercados em que atuam e procuraram traçar o que esperam do mercado daqui pra frente. Confira a seguir essas entrevistas exclusivas em formato de painel.

Packing Cosmética: Quais são as principais pretensões mercadológicas das companhias em que vocês atuam em 2013?
Bruno Baptista, Antilhas:
Esperamos colher resultados de algumas ações e investimentos dos últimos dois anos. Assim como ganhar relevância de mercado como um player fornecedor de cartucharia premium para a indústria de cosméticos. O ano anterior serviu de preparo para a busca de um crescimento estruturado e com bases sólidas para 2013. Investimos fortemente em inovação, adquirimos novas máquinas, inauguramos um novo centro de distribuição em Jaguariúna, implantamos um novo sistema que agiliza o fluxo de pedidos e conquistamos a certificação do SGI no ano que passou. Foi o maior investimento da Antilhas na história. Agora, 2013 é o ano de se beneficiar de todos esses investimentos. Estamos mais do que preparados para acompanhar o crescimento dos clientes atuais e conquistar as prospecções desejadas.
Attila Almásy, Aercamp: Concluir a ampliação da Aercamp II, assim triplicando nossa capacidade instalada; continuar sendo referência em envasamento de aerossóis; manter a tradição de empresa  comprometida com o cliente e seus consumidores, fidelizando ainda mais o uso dos aerossóis fabricados pela Aercamp, e criando assim uma sinergia entre empresa e cliente com qualidade seriedade e  honestidade nos negócios.
Ticiana Baumgarten Vieira, CartonDruck: Olhando a macroeconomia, tudo o que se apresenta, nos assusta bastante. Entretanto, nós sempre enxergamos a crise como um momento de oportunidades. Basta focarmos naquilo que fizemos e criar daí nichos de mercado. Nós pretendemos e vamos crescer em 2013. Não queremos nos enganar para o momento caótico que vivemos, mas sim, buscar soluções para termos o nosso crescimento sustentável no futuro.

PC: Qual leitura e avaliação que suas companhias fazem do ano anterior?
Mauricio: Foi um ano de preparação para desafios dos próximos anos. Entrada de novos players, clientes e concorrentes, expansão regional, mudança no modelo de distribuição de nossos clientes e novos produtos. Esta preparação inclui planejamento e aprovação de investimentos que darão suporte ao nosso crescimento.
Bruno Baptista: Foi excelente! O crescimento de nossos clientes e a realização de projetos internos na Antilhas possibilitaram o grande investimento citado anteriormente. Esses investimentos contribuem para o crescimento da empresa e são capazes de gerar vantagens competitivas a médio e longo prazo. O permanente investimento nos diferencia frente aos concorrentes e permite que novas soluções sejam oferecidas. Em 2012, a Antilhas se preparou principalmente para atender de forma ágil e flexível às necessidades do dia a dia de seus clientes.
Ticiana: Foi um ano estranho. No semestre que todos acreditavam que haveria uma melhora com uma demanda forte, aconteceu exatamente o contrário. O quarto trimestre foi um fracasso. Só que devemos observar que a cultura está mudando e temos que nos adaptar a ela.
Attila: Foi um ano difícil e conturbado, porque além de novos envasadores  estrangeiros chegando ao Brasil, tivemos o encerramento das atividades de uma grande empresa de embalagens em aerossol, que chegou a afetar o desenvolvimento de novos produtos. Isso sobrecarregou a sua concorrente, que teve um aumento significativo de 120 dias no lead time de entrega de tubos de alumínio para o segmento de higiene pessoal, afetando diretamente o horizonte de vendas dos clientes. Vale lembrar que 98% das embalagens em aerossol para esse segmento de higiene pessoal são artefatos de alumínio. Por outro lado, a expansão da Aercamp II em 2012 foi de vento em popa.

PC: E como foi esse desempenho quando falamos dos itens cosméticos? Há expectativa de crescimento neste segmento para este novo ano?
Ticiana: Este segmento teve seu grande pico em 2009. A partir daí ele se manteve. No ano de 2012 sentimos uma leve retração. Acreditamos que seja bom em 2014.
Attila: Nos últimos 15 anos, o aerossol cosmético no Brasil se consolidou de forma  extraordinária onde percebemos que o consumidor definitivamente aprendeu a gostar deste sistema de aplicação, aquecendo assim nosso mercado de maneira ascendente sem grandes oscilações negativas. O aerossol mesmo já sendo uma descoberta dos anos 1940 e 1950, ele continua sendo um sistema inovador de aplicação para vários tipos de produtos de higiene pessoal, técnico e farmacêutico. Tanto é que as expectativas são as melhores, pois muitas empresas do ramo cosmético que não possuem o aerossol em suas linhas, já estão nos consultando para desenvolvimento de produtos, fazendo as extensões em aerossol, partindo de um jato seco ou hidro alcóolico, espumas de barbear ou mesmo na aplicação do sistema Bag on Valve, cujo fomos pioneiros em 1997, para linha FPS de protetores solares da Natura.
Bruno: Esse segmento é o que mais cresce no Brasil e já somos o maior fabricante de embalagens de varejo para cosméticos. Em 2013, queremos crescer com o fornecimento de cartuchos para a indústria. Para este ano, a expectativa de crescimento da Antilhas é de 14% somente nesse segmento.

PC: Como vocês enxergam o setor de embalagem em termos de evolução?
Attila:
Vemos que esse setor de embalagens para sistema em aerossol tem muito que se preparar e crescer, pois sentimos muita dificuldade em adquirir insumos de embalagem em nosso País. Além disso, não há inovação nacional e muita coisa é importada, dificultando os novos desenvolvimentos pelo tempo da importação, o alto custo do material e o transporte; e pelas dificuldades que surgem durante o processo de fornecimento, pois temos os riscos internos, como por exemplo a greve da receita federal e dos portos, impedindo que os itens importados cheguem a tempo de atender as campanhas publicitárias das empresas. Como os riscos externos de fornecimento, por exemplo, a quebra de uma máquina, greves, entre outros casos possíveis e imagináveis, que comprometam a industrialização do produto.
Bruno: Claramente percebemos alguns clientes focados em custo e outros em diferenciação. O segmento de cosméticos é o que mais explora acabamentos diferenciados em embalagens. Em função da concorrência crescente, as empresas estão percebendo que a estratégia de diferenciação acaba sendo mais relevante. Portanto, a evolução das embalagens nesse mercado é mais perceptível do que em qualquer outro. O produto e a embalagem estão tão relacionados que não podem ser considerados um sem o outro. A embalagem não pode ser planejada separada do produto, pois é preciso ir além da aparência para que ela seja desenvolvida em sinergia com fatores como racionalidade, economia, adequação, qualidade, performance e sustentabilidade.
Ticiana: Sem dúvida a embalagem jamais deixará de ser usada. Entretanto, temos que evoluir. As indústrias têm que entender que o consumidor do passado, do presente e do futuro sempre será motivado por novidades. Quem não pensar desta forma está sujeito a desaparecer do mercado.
Mauricio: Entendemos que estamos num mercado dinâmico, principalmente comparado a outros países da América Latina, porém com muito a evoluir quando comparamos com Europa e Estados Unidos. Alguns de nossos principais clientes entenderam que a embalagem é um dos itens essenciais de diferenciação e posicionamento de produto no mercado. Com isso, estes clientes demandam inovação às empresas de embalagem.

PC: Em que áreas acreditam ser preciso investir para que este mercado se desenvolva mais?
Bruno:
Hoje, percebemos que as empresas de cosméticos estão focando bastante na otimização de seus canais de distribuição. O foco e o relacionamento da marca com os consumidores continuam a fazer a diferença. Explorar nichos menores, mas com potencial de crescimento (masculino, infantil, etc), também faz parte da estratégia da empresa que tem se destacado no mercado.
Mauricio: Educação. Desde quem produz cada item da cadeia de embalagem até pessoas que analisam e definem qual tipo de embalagem e acabamento serão utilizados para o produto.
Attila: Tubos de alumínio, válvulas e atuadores.
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