E o PET, quem diria?

E o PET, quem diria?
Embalagem símbolo do combate à poluição nos rios, o PET vai ao encontro as soluções verdes na Europa ocidental         


A garrafa de PET já foi o símbolo maior do “desprezo” do homem pela natureza. Poucas imagens foram tão exploradas pelos ecologistas quanto garrafas de refrigerantes de dois litros, boiando nos rios poluídos de grandes cidades brasileiras. Mas, os profissionais de embalagem sabe que as embalagens tem um papel de vilania ara o meio ambiente muito menor do que a história recente e o pensamento popular lhe apregoam.

E o PET, menos ainda. “Enquanto os consumidores estão pedindo por mais premiumnização, as preocupações ambientais em torno dos resíduos de embalagens de produtos de beleza também aumentam”, acredita Karine Dussimon, analista de embalagens da consultoria britânica Euromonitor, em artigo recém-publicado. Ela pontua que em meio às prateleiras dos produtos de beleza e higiene nos supermercados, o debate sobre a sustentabilidade pode não parecer tão óbvio. Mas ele está mudando os requisitos de sucesso e inovação na indústria. “E o PET, com seu apelo de reciclagem e boa apresentação nas prateleiras surge como um favorito”. Karine acredita que, apesar dos níveis elevados de maturidade do mercado, a categoria de cuidados pessoais tem espaço para crescer ainda mais na Europa Ocidental. E que nenhum outro tipo de frasco vai se beneficiar mais desse crescimento do que os fabricados com a resina PET. O crescimento anualizado, entre 2015 e 2019, deve alcançar os 3%, ou 174 milhões de unidades a mais vendidas nesse período.

De acordo a Euromonitor, a vendas de embalagens de produtos de beleza e cuidados pessoais na Europa cresceu 1% em relação a 2015, totalizando 22,5 bilhões de unidades. “Esse número foi obtido mesmo com um cenário ainda de crescimento relativamente lento da base de consumidores do continente, a elevada maturidade de mercado elevada e as condições econômicas ainda difíceis na região. Por outro lado, os consumidores da Europa ocidental gastam significativamente mais em produtos de cuidados pessoais do que a média globa. E o gasto per capita ainda está crescendo mais rápido que a média global, também”, explica a analista da Euromonitor.

Para Karine, o PET vai expandir sua presença nascategorias de banho, cuidados com os cabelos e proteção solar. Na Holanda, a marca cuidados com o corpo Etos foi lançada em 2015 e oferecida em uma variedade de garrafas de PET de 250 ml. Além de proporcionar boa diferenciação visual, o material oferece aos donos das marcas uma imagem ambiental positiva. “O PET ainda é largamente percebido pela sua capacidade de reciclagem e, portanto, viável do ponto de vista da sustentabilidade; é uma vantagem interessante quando sabemos que a viabilidade financeira das operações de reciclagem do materia está ameaçada por desafios, tal como a reciclagem de embalagens de PET coloridas.” “Mas na Europa ocidental, a percepção do verde é importante. Importa para os consumidores saber que os desodorantes comprimidos da Unilever continuarão a substituir os de maior formato, um produto que clama igualmente o padrão baseada em uma reivindicação sustentável; como importa saber que o plástico é o único material de embalagens para o qual foram traçados objetivos de reciclagem para além de 2016 na Holanda; e importa saber como os varejistas na França estão cada vez mais exprando caminhos para vender produtos em embalagem nenhuma”.

Com “premiumnização”, bisnagas ganham espaço
O polietileno de alta densidade ou, simplesmente PEAD (HDPE, na sigla em inglês) é o tipo mais comum de embalagem utilizado pela indústria de higiene e beleza na Europa Ocidental. São comercializados anualmente cerca de 4,5 bilhões desses frascos. O material serve de base para a maior parte dos produtos de uso diário ou de maior frequência, como shampoo, sabonetes líquidos e produtos de higiene corporal. Já as bisnagas, apesar de estarem longe da onipresença dos frascos PEAD, tem um futuro mais brilhante, com expectativa de crescimento anualizado, entre 2015 e 2019, consideravelmente superior ao que deve ser obtido no mesmo período pelos frascos de PEAD, ligeiramente abaixo de 1%, embora acima do esperado para o material. “Os tubos de plástico estão ganhando presença na Europa devido a uma certa tendência de premiumização”, pontua Karine. Ela aponta que as bisnagas são melhores em competir com frascos de PEAD em grandes formatos. Isso pode ser ilustrado pelo lançamento de Vichy Aftersun, com bisnagas de 300ml e o Cadum em bisnaga de 400ml na França, em 2015. Na Alemanha, os tubos também desfrutam de um bom desempenho no segmento de cuidados com os cabelos, mais uma vez devido à percepção final ligeiramente superior dos produtos. Saindo do plástico, Karine destava que apesar de uma posição em fragrâncias, os frascos de vidro são ainda largamente confinado às plataformas de volume muito mais baixo, super-premium e de luxo.

“Olhando para a frente, as embalagens de produtos de beleza terão de ajudar as marcas a oferecer uma maior experiência do consumidor, respondendo às pressões crescentes sobre o seu perfil de sustentabilidade. A longo prazo, isso provavelmente envolverá o trabalho colaborativo ao longo da cadeia de abastecimento, bem como com os organismos (públicos de gestão) de resíduos de embalagem e comunicar de forma eficaz na embalagem a inovação e as credenciais verdes da marca”, conclui.

E o PET, quem diria?
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