Brasileira por fora, europeia por dentro

A estratégia da espanhola Puig para conquistar o mercado brasileiro é desenvolver fragrâncias com padrão europeu de qualidade, com cara e preço de produto nacional.Juliana Paes Essense é a primeira aposta da marca nesse sentido.

 
Desde de 2011, quando a consultoria britânica Euromonitor revelou que o mercado brasileiro de fragrâncias havia ultrapassado o norte-americano – assumindo, assim, a liderança do ranking mundial do mercado de perfumaria – o Brasil tem estado no radar das principais empresas que atuam no segmento ao redor do planeta.  A espanhola Puig – o conglomerado de fragrância e moda por trás de marcas como Carolina Herrera, Nina Ricci e Paco Rabanne – é um dos nomes internacionais que querem perfumar o gigante tropical. No final do ano passado, a empresa apresentou ao mercado a Juliana Paes, Essence sua primeira fragrância desenvolvida com uma personalidade local, que tem como objetivo estreitar os laços da empresa, que tem sede em Barcelona, com os consumidores brasileiros.

Porém, a atriz Juliana Paes ainda é a única referência ao Brasil presente na fragrância da Puig. Isso porque a fragrância foi inteiramente desenvolvida na capital catalã, desde sua concepção olfativa – uma criação  da perfumista da Puig, Elisabeth Vidal, até sua embalagem. A produção também ficou por conta dos europeus, sendo que os executivos da Puig Brasil só cogitam transferi-lá para o País, se o produto começar a ser produzido em grande escala.
 
Para o grupo, o fato de ter sido desenvolvido fora do País está longe de ser um problema, pelo contrário, essa é uma das vantagens que Juliana Paes, Essence possui no universo das fragrâncias brasileiras. O consumidor brasileiro está mais exigente, e o flerte com os perfumes importados tem sido inevitável, mesmo que as nacionais ainda sejam as rainhas do nosso mercado. Sendo assim, a Puig aposta no oferecimento de uma fragrância de qualidade, produzida e desenvolvida pelos mesmos profissionais por trás de nomes de desejo como Carolina Herrera e Nina Ricci, porém com um preço semelhante ao do perfume nacional.

Renato Morgado, diretor comercial da Puig Brasil, conversou com Atualidade Cosmética sobre os planos da empresa espanhola para o mercado brasileiro, além de dar mais detalhes sobre o desenvolvimento e produção do novo perfume da musa Juliana Paes.


O que levou a Puig a apostar no desenvolvimento de uma fragrância em parceria com uma celebridade brasileira?   
O desenvolvimento de uma fragrância elaborada na Europa em parceria com uma celebridade local, veio ao encontro do interesse da Puig pelo Brasil, principalmente depois que o Euromonitor divulgou que o País se tornou o maior mercado de fragrâncias do mundo. Depois desse momento, nós passamos a pesquisar qual celebridade teria os requisitos básicos de uma consumidora, do ponto de vista aspiracional. Então, foi pesquisada uma celebridade que fosse reconhecida pela consumidora como mulher, como mãe, enfim, como uma pessoa que insipira valores nela. A atriz Jualiana Paes foi a celebridade mais bem rankeada entre as pesquisadas, isso porque ela consegue concentrar os valores que são fundamentais para uma celebridade associar-se a uma marca: ela é mulher, ela é sexy, ela é inteleigente, além de estar estar sempre presente na mídia.

Dentro dessa mesma estratégia de alinhar os interesses da empresa com os interesses brasileiros, vocês têm algum plano de trabalhar com alguma outra celebridade local, ou mesmo de lançar produtos mais específicos para o público local?
Na verdade, a Puig já tem um portfólio de produtos muito específico para esse público que busca ter acesso a uma fragrância importada, porém pagando um preço acessível. A Puig já tem Antonio Banderas e Shakira, que são dois sucessos mundiais, que também fazem parte da linha de celebridade, sendo que essas duas marcas já estão presentes e bem solidificadas no País, e a Juliana Paes é nossa primeira experiência local nesse sentido, mas nós não temos nada novo em vista, sendo que nosso objetivo é continuar investindo nessas três marcas, e fazer com que a marca Juliana Paes seja uma marca concretizada no segmento de perfumes.

Quais são os próximos planos da Puig para o mercado brasileiro?
A Puig acredita muito no mercado brasileiro e por isso tem investindo fortemente nele, não somente na geração da demanda, através do investimento em mídia, mas também em toda a atividade de formação das marcas. A Puig não somente cria uma marca, ela cria uma história e um envolvimento ao redor dela, seja com Carolina Herrera, Paco Rabanne, Nina Ricci, ou mesmo com Antonio Bandeiras e agora Juliana Paes. Então, a gente começou a contar uma história sobre Juliana Paes, e nós queremos terminar essa história, cada vez investindo mais no mercado local.

O que você pensa do consumidor brasileiro atual? Você acredita que houve uma mudança na demanda por fragrâncias? Que o consumidor de hoje pede um pouco mais de sofisticação de seus perfumes?
A intensificação do consumo tem sofisticado o olhar do consumidor, e a partir daí ele passa a dar mais valor às fragrâncias importadas, e ao atribuir mais valor às marca internacionais, ele começa a se abrir para elas e conhecer um pouco mais esse universo. O consumidor já conhece as opções locais, principalmente os que pertencem às classes C e D, e agora ele está disposto a conhecer as opções de fragrâncias estrangeiras, e nesse momento, Juliana Paes, Antonio Bandeiras e Shakira, passam a atender as necessidades desse consumidor.

Como tem sido os resultados alcançados pela fragrâncias Juliana Paes, Essence no Brasil?   
O perfume superou todas as nossas expectativas em termos de plano e continua perfumando muito bem. Acredito que nós acertamos, e a Juliana participou muito desse processo. Nós acertamos não somente na fragrância, mas também na embalagem e na linha de comunicação, o que deixou a equipe toda satisfeita.
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